BMW F 800 GS
Em 2010 aluguei uma BMW F 800 GS no Chile e fui de Santiago até Punta Arenas. Nesta viagem o vento estava insuportável e não deu para fazer uma avaliação mais profunda. Mas nesse caminho com diversas dificuldades, algo em torno de 3500 quilômetros sendo uns 800 de rípio, ela foi muito bem, econômica, e zero de manutenção, nem a corrente precisou ser ajustada.
Passados esses anos voltei novamente a guiar a nova GS 800 num ambiente favorável em termos de vento e onde costumo fazer as matérias.
A primeira coisa que se nota numa motocicleta mais voltada para o off Road é o longo curso das suspensões, principalmente a dianteira além da roda de aro 21 na frente e o uso de câmaras de ar. Com o curso mais longo e a calibragem mais voltada para o off Road, a frente afunda um pouco, porém com as novas suspensões Wite Power (antes eram Showa) deu para notar que a frente tende a afundar menos dando maior equilíbrio principalmente nas frenagens.
Quanto ao aro 21, dificulta um pouco as mudanças rápidas de direção, mas nada muito complicado, é só questão de se adaptar na condução. Ela é muito leve, 207 quilos em ordem de marcha, ou seja com óleo, fluidos e tanque cheio. Não li nada a respeito mas achei que o motor atual vibra menos. Muito rápida, a velocidade de cruzeiro (aproximadamente 5200 giros) é por volta de 130 km/h, superior a velocidade máxima permitida nas nossas estradas, e é só acelerar que ela sobe rapidamente chegando a 200km/h no velocímetro. O para brisa baixo protege o peito mas não a cabeça e em velocidades acima de 160 Km/h a frente fica leve (o modelo Adventure tem uma bolha mais alta). O modelo testado é o sem regulagem eletrônica de suspensão, e não tinha os protetores de manete, muito útil para proteção de colisão com galhos e mesmo em caso de colisão com outro veículo, além de proteger do vento da chuva e do frio. As manoplas são aquecidas em duas posições. O painel é bem completo, além dos trip A e B, consumo médio, velocidade média, temperatura externa, tem consumo instantâneo (muito útil quando se precisa economizar combustível, no Chile teve um percurso que a distância entre os postos de gasolina era de 326Km, graças ao consumo instantâneo deu para chegar), tem também um cronômetro.
As bengalas não tem regulagem e a suspensão traseira tem regulagem manual da pré- carga da mola e do damping. Como já comentei em matérias anteriores, a regulagem do damping é importantíssima, sem ela não dá para fazer um ajuste adequado da suspensão para os diversos tipos de piso e forma de pilotagem.
Ele vem equipada com freios ABS e controle de tração que podem ser desligados para um off Road pesado. Na terra ela mostra seu compromisso, absorve bem as imperfeições e o ABS e o controle de tração entram imediatamente permitindo uma pilotagem segura numa estrada de cascalho por exemplo.
Não sei se é proposital mas ela tem um furo no quadro logo acima do eixo da balança (como as Honda África Twin tinham), em caso de ficar atolada em situação difícil, dá para atravessar uma barra de metal ou uma corda para ajudar a remove-la.
Concluindo, é uma ótima pedida para quem não anda só no asfalto, vai bem nos dois pisos, além de ser muito rápida.
Outra consideração é que por ser leve e alta vai bem no trânsito das grandes cidades. A que eu tive vibrava muito acima de 5500 giros o que me incomodava, mas como você comentou a gente se adapta ao estilo de condução.