BMW S 1000 RR 8

BMW S 1000 RR

Pilotar a nova BMW S 1000 RR ano 2015 foi uma surpresa agradabilíssima, tanto na estrada quanto na pista, evoluiu bastantes em relação ao último modelo que andei. A potência subiu para 199HP, o rake angle fechou meio grau, passando a 23.5″, o trail diminuiu 1,5mm, o weelbase aumentou 8mm, o pivô da balança baixou 3mm e a motocicleta perdeu 4 quilos no peso total (sobre as definições vide matéria sobre geometria). Estas modificações na geometria não só tornaram a moto mais ágil como também mais confortável já que o triple camp (mesa do guidão) ficou mais alto. O modelo testado é o topo de linha e a eletrônica embarcada é impressionante. Tem suspensão com regulagem eletrônica e equipada com o plug in que permite mais regulagens. Ela vem com DDC (Dynamic Damping Control) que lê as irregularidades do asfalto e ajusta o damping em dez milissegundos. Vem ainda com DTC (Dynamic Traction Control) controle de tração ajustável na aceleração e na redução de torque evitando o travamento da roda traseira na desaceleração, ABS, e ASC (Automatic Stability Control). Os Riding modes são: Rain (neste modo a potência cai para 187HP), Sport, Race, Slick e User. No modo Slick e User é possível regular o controle de tração numa escala entre -7 até +7, a sensibilidade do ABS e em todos os modos pode-se regular o damping (rebound e compression) na frente e atrás também numa escala de -7 a +7. Nos modos slick e User, pode-se ativar o Launch Control, quando a roda dianteira sai do chão na aceleração o torque do motor é reduzido evitando a empinada. Com o ASC ativado ele ajusta intensidade do ABS, intensidade do controle de tração, o damping, tudo para ajudar no controle da motocicleta em situação de perda de aderência. O painel também mostra informações interessantes como o angulo de inclinação para esquerda e para a direita, o nível máximo de redução de torque, e taxa máxima de frenagem (em metros por segundo). Outro item importante é o cronometro para marcar o tempo de volta na pista. Ele fornece uma série de informações como tempo por volta, melhor volta, etc. Ela é tão completa que tem cruise control e aquecedor de manopla.Conta ainda com shift assistant que permite mudar as marchas para cima e para baixo sem o uso da embreagem, na redução ela acerta o giro para uma redução suave, e a alavanca de câmbio vem com a possibilidade de se inverter as trocas de marchas (1a para cima e as outras para baixo) para uso em pista. O amortecedor de direção tem regulagem manual.

Comportamento na Rua.

Apesar de absorver bem as irregularidades da nossa péssima pavimentação, não foi feita para isso, você acaba ficando apoiado nos braços e o calor do motor é desagradável, mas para uma moto desta categoria se saiu bem.

Comportamento na estrada.

Muito confortável para uma esportiva graças as suspensões semi ativas que absorvem bem as irregularidades do asfalto, tem boa proteção de vento e a 6000 rpm a vibração do motor é praticamente zero. O motor com seus 199 HP é domável até 8000 rpm, depois disso despeja a cavalaria de forma assustadora. Contorna as curvas com muita facilidade, freia magnificamente bem e você sente ela sempre na mão, parece grudada no asfalto, inclinações acima de cinqüenta graus são possíveis sem susto. Como nossa pavimentação tem muitas irregularidades, dificilmente a regulagem padrão de uma super esportiva vai bem, geralmente tem que ajustar o damping caso contrário fica difícil de contornar as curvas, balançam e desequilibram.
No caso da S 1000 RR não tive esse problema em função do DDC, tanto no modo Sport como no Race ela foi muito bem.

Comportamento na pista. (Velo Città)

Este é o lugar preferido dela, para poder explorar todas as regulagens seria necessário alguns dias na pista, mas é aí que o DDC impressiona. Tanto no modo Race como no modo Sport ela se comportou maravilhosamente bem.
Como eu não estava na pista para fazer tempo diminui pouco a pressão dos pneus (33 psi frente e trás), andei a maior parte do circuito sem passar de 8000 rpm, ela foi muito bem com respostas imediatas. A evolução do ABS é notável, ele entra em ação tão suave que em algumas situações de frenagem fiquei na dúvida se a roda dianteira bloqueou ou se o ABS entrou em ação.
Tinha me programado para no final do dia (já bem mais ambientado com a motocicleta e com o circuito) baixar a pressão dos pneus para 30psi na frente e 28 psi na traseira e andar mais forte para ter mais uma comparação, mas não deu tempo, vai ficar para uma próxima.