Teste de longa duração
24 horas na pista
Na década de 2000 a revista Moto fazia testes de motocicletas com duração de 24 horas na pista. Eu nunca vi outra revista nacional fazer algo parecido, era realmente muito bem feito, muito profissional e eu tive a oportunidade de fazer parte destes testes. Quem assiste o programa Acelerados nota que pista é o lugar perfeito para se avaliar um Carro ou uma motocicleta, é lá que se tira tudo de um veículo, é lá que a verdade aparece. É comum neste programa aparecer um carro com 450 HP preparado em oficina ser mais lento que um carro com 100 cavalos a menos original de fábrica. No caso dos teste de 24 horas não só o tempo de volta era registrado, mas uma série de outras informações tais como durabilidade, consumo de combustível, consumo de óleo e por aí a fora. Tudo era registrado. O teste era dividido em turnos de uma hora, a moto era reabastecida e saia novamente. Em determinada hora do teste havia uma parada mais longa para troca de pneus e pastilhas de freio se fosse o caso. Para não se perder muito tempo havia um jogo de rodas sobressalentes. A equipe era formada por pilotos, mecânicos, e os jornalistas da revista, representantes da montadora também eram convidados.
A pista utilizada era a da Pirelli, um circuito de dois quilômetros com três curvas e uma longa reta. Havia uma curva em cotonete, uma de alta velocidade e uma de média velocidade, dependendo da motocicleta os tempos por volta variavam de um minuto a um minuto e sete segundos.
Portanto em cada turno dava-se aproximadamente cinqüenta e cinco voltas, o equivalente a aproximadamente 110 km. Cada piloto fazia entre quatro a cinco turnos ou seja entre 440 e 550 km. Por ser um circuito fácil de decorar e pela quantidade enorme de voltas que cada piloto dava, os tempos de volta durante o dia e durante a noite eram iguais. Muita coisa aconteceu nestes anos de teste, tombo na chuva devido a aquaplanagem, ficar sem freio dianteiro a 240 km/h no final da reta e muitas outras histórias. Como em qualquer esporte havia competição, e todos queriam obter o melhor tempo de volta, num determinado teste um piloto muito amigo, muito competitivo, profundo conhecedor de mecânica (posso afirmar sem exagero que era o melhor do Brasil) e também muito brincalhão, durante a madrugada aproveitando-se da escuridão e da maioria dos presentes descansando, cortou caminho e fez a melhor volta. Desceu da moto e falou. Pronto, agora posso me aposentar destes testes. A fama dele durou pouco, o truque foi descoberto.
Bela reportagem, como aliás tudo deste site. Tive durante muito tempo uma K 1200 RS, como esta. Excelente muito segura e suave. O motor 4 em linha 16v e uma seda!!
Parabéns – JM